Andamos há mais de um ano a derrimir argumentos com o Ministério da "Educação" (c/ aspas), primeiro se os professores deviam ou não ser avaliados e depois que tipo de avaliação seria a mais adequada. Hoje qualquer professor tem vergonha de defender que uma Escola não é a linha de montagem de uma fábrica e como tal a qualidade do trabalho desenvolvido não é mensurável na maioria das vertentes do que é ser bom professor.
Quando assim é, o que se consegue é potenciar as injustiças e abrir as portas aos oportunistas e "Chicos-espertos", pois são os que melhor se adaptam a estas situações de mudança. A nós professores exigem-nos que para além de sermos bons nas áreas que leccionamos, temos de ser bons educadores e para tal devemos substituir, muitas vezes os pais, temos também de analisar os casos difíceis, logo, devemos ter competências de psicólogo e em casos de delinquência, até de polícia querem que façamos.
Este "canivete suíço humano" pode, com justiça, ser avaliado? Não. É impossível averiguar e classificar o trabalho de um indivíduo em todas estas vertentes e ainda em outras mais subjectivas que eu não mencionei.
Consequência grave de tudo isto e ainda não mencionada: Vão desaparecer os professores que, até agora tinham uma profissão e vai nascer o professor que, a partir de agora, tem somente um emprego. Vai desaparecer o professor-amador (o que ama) e que tanta falta faz aos alunos.
Para ter consciência disto é preciso acreditar na Escola, é preciso acreditar que a Escola Pública tem de ser o apoio ao desenvlvimento da Sociedade, sem mascaradas.
Continuo a pensar que o objectivo do que chamaram "avaliação", nada tem a ver com o Ministério da "Educação" (ou será da Instrução?), mas sim com o Ministério da Economia.
Em 8 de Março de 2008, Vasco Pulido Valente, na sua crónica no Público, já abordava este assunto (impossível avaliar), que toda a gente deixou morrer (não era politicamente correcto). Tacticamente foi a atitude certa, estrategicamente é um erro que se mantém. Até quando?
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