Vivemos alienados...

                          
"João, de nove meses, "terá sido esquecido acidentalmente" na viatura pelo progenitor que chegou ao emprego pelas 9.30, deixando-o fechado no carro apesar do sol matinal forte. Como estaria com alguma pressa por ter uma reunião marcada, João Carlos Moreira, programador de 35 anos da empresa Edulearn, ligada às Tecnologias de Informação, deixou o filho a dormitar, em vez de o entregar logo no prédio ao lado onde funciona o jardim-de-infância."
                                                                                                                           in Diário de Notícias 
"Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar..."


O João morreu desidratado.
Podia ter titulado este post com a palavra "Tragédia". Não o quis fazer, embora seja. A notícia é brutal.
A tendência será para culpabilizar o pai e não sou eu que o vou defender, mas julgo que devemos ir mais além. Vejamos, hoje é notícia o massacre numa escola da Alemanha, na sequência de outros massacres em escolas de outros países. Pergunto, que forças soltámos nós que têm produzido estas aberrações? A teoria econonómica da "auto-regulação" também se aplica na sociedade? Então é o salve-se quem puder, como está a acontecer agora, com a economia. Como podem as famílias ter filhos se cada vez têm menos tempo para os ver crescer? Quem educa os nossos filhos? Nós pais, ou a Escola? Nós pais, ou a televisão, a internet e as playstations?
Alguém conhece um plano (um modelo) de desenvolvimento ou limitamo-nos a crescer economicamente sem perceber para onde vamos? A qualidade de vida deixou de ser um objectivo, é hoje considerada um subproduto (por isso com baixa cotação) do crescimento das empresas, que detêm o poder e... não vão a votos. Entendamo-nos, crescimento nem sempre é sinónimo de desenvolvimento, quase nunca é.
Estamos numa posição que, ou paramos para pensar ou a "manada" atira-se toda para o abismo
Hoje, a população mundial é de 7 000 milhões de pessoas, em 2050 seremos 9 000 milhões. Façamos as contas e calculemos quantas pessoas terão de viver com 10 cêntimos por dia ou de morrer para podermos manter este estilo de vida. Nível de vida economicamente falando, porque a qualidade de vida, essa, para a maioria da população ou nunca chegou ou está em vias de desaparecer.
Já não basta falar, é preciso gritar!
Pensar, precisa-se...

Pois é, acreditamos mas não praticamos.
Onde estaciona a nossa coerência? Temos de ser consequentes, porque:


"Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar..."

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