Ter vergonha na cara!


ERGUE-TE!

Olha-te no espelho!
Vê o deserto incolor
Em que o teu ego,
Em desassossego,
Se transformou
E diz-me, professor,
Ainda te reconheces?

Ainda sorri
Esse rosto que vês,
Ou olha para ti
Sem te ver,
A perder nitidez?
E diz-me, doutor,
Ainda te reconheces?

Vê as asas de condor,
De todo o teu tamanho,
Que servem para voar!
Não és anho de rebanho
Feito para pastar!
E diz-me, pensador,
Não te reconheces?

Quantas tubas sonoras
Precisas para acordar?
Quantos alhos de agror
Vais ainda mastigar?
Quantas Pandoras
Vão ter de tombar?
Quantas copas de humilhação
Vais ainda beber?
Quanto vais ter de sofrer
Para te ergueres do chão?

Diz-me, professor!
DIZ-ME, PROFESSOR!


                                     Luís Costa
(http://www.odardomeu.blogspot.com/)

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